domingo, 19 de agosto de 2007

A violência contra a mulher foi reconhecida formalmente pelas Nações Unidas, na conferência de Viena ( 1993), como uma violação aos direitos humanos. Mais do que isso, vem sendo encarada por um crescente número de governos e entidades não governamentais como um problema de saúde pública. É esse o foco principal do livro PANACADA DE AMOR DÓI E ADOECE - VIOLÊNCIA FÍSICA CONTRA MULHERES escrito pela enfermeira Eliany Nazaré Oliveira, professora outora da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA.

O livro tem como referência empirica os resultados de uma pesquisa realizada em Sobral - CE. com mulheres vítimas de violência física atendidas na rede básica de saúde e na delegacia especializada de atendimento à mulher. O tema se torna mais complexo quando se percebe que esse tipo violência tem um forte componente afetivo,erótico,sexual como a própria autora define, e por isso vem sempre associado a sentimentos intensos de frustação, angústia, mágoa e vergonha por parte das vítimas.

Para contruir seu texto, a professora Eliany parte de uma sólida fundamentação teórica sobre as relações entre violência de gênero e saúde, especialmente a saúde mental, e dedica todo um cápitulo à discussão dessa prática como elemento cultural. Assim, vai urdindo ponto a ponto a teia que envolve as relações entre a violência, suas causas e seus efeitos deletérios sobre a saúde das mulheres.
Com profunda sensibilidade e apurado senso profissional, Eliany consegue penetrar no sombrio mundo dessas muleheres e obtém um completo diagnóstico de seus sentimentos e desejos. Através da abordagem conhecida como o Discurso do Sujeito Coletiv, a autora cria figuras metodológicas através das quais expõe com absoluta calreza os sentimentos e desejos diagnósticados, assim como traz à luz, em toda a sua pungência, o drama humano protagonizado pelas mulheres vítimas da violência de gênero.